Abre-se a década de 30. O cinema já é diversão consolidada em Belo Horizonte. O tipo vida social levado pela população assemelha-se mais ao ideal para uma metrópole nascente: ruas mais cheias, o footing, o sagrado burburinho das salas de espera das sessões de cinema, os aguardados flertes, as conversas e discussões às mesas dos cafés. Belo Horizonte segue acalentando o sonho de aproximar sua imagem à da cosmopolita Paris.
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A movimentada saída de uma sessão do Cine Brasil. |
O Modernismo
O modernismo começa a exercer maior influência nas artes plásticas em função da itinerância de algumas exposições que, partindo do Rio e São Paulo, colocam os artistas locais em contato com as tendências e debates de então.
Mas a vida cinematográfica da capital até o início da década de 30 ainda não havia vivido a projeção que a inauguração do Cine Theatro Brasil, em 1932, iria permitir.
O Cine Brasil, uma das maiores salas de exibição da cidade e, durante um certo tempo, uma das maiores da América Latina, foi um marco não somente na vida cultural e social de BH, como também na arquitetura, tradução expressiva do estilo art déco belo-horizontino.
O Cine Brasil era uma casa de espetáculos, que abrigava também apresentações teatrais. O impacto do edifício na paisagem belo-horizontina refere-se não só à grande fachada art décó que modifica a paisagem da Praça Sete com suas linhas e curvas futuristas, mas representa também a continuidade da tradução de todo um projeto de racionalidade geométrica e de funcionalidade que permeiam o imaginário urbanístico de Belo Horizonte desde a planta.
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A fachada do Cine Brasil, marco na arquitetura art déco de Belo Horizonte. |