quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Abre-se a década de 30. O cinema já é diversão consolidada em Belo Horizonte. O tipo vida social levado pela população assemelha-se mais ao ideal para uma metrópole nascente: ruas mais cheias, o footing, o sagrado burburinho das salas de espera das sessões de cinema, os aguardados flertes, as conversas e discussões às mesas dos cafés. Belo Horizonte segue acalentando o sonho de aproximar sua imagem à da cosmopolita Paris.

A movimentada saída de uma sessão do Cine Brasil.


O Modernismo

O modernismo começa a exercer maior influência nas artes plásticas em função da itinerância de algumas exposições que, partindo do Rio e São Paulo, colocam os artistas locais em contato com as tendências e debates de então.

Mas a vida cinematográfica da capital até o início da década de 30 ainda não havia vivido a projeção que a inauguração do Cine Theatro Brasil, em 1932, iria permitir.

O Cine Brasil, uma das maiores salas de exibição da cidade e, durante um certo tempo, uma das maiores da América Latina, foi um marco não somente na vida cultural e social de BH, como também na arquitetura, tradução expressiva do estilo art déco belo-horizontino.

O Cine Brasil era uma casa de espetáculos, que abrigava também apresentações teatrais. O impacto do edifício na paisagem belo-horizontina refere-se não só à grande fachada art décó que modifica a paisagem da Praça Sete com suas linhas e curvas futuristas, mas representa também a continuidade da tradução de todo um projeto de racionalidade geométrica e de funcionalidade que permeiam o imaginário urbanístico de Belo Horizonte desde a planta.




A fachada do Cine Brasil, marco na arquitetura art déco de Belo Horizonte.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Cinema na década de 30 no Brasil.

Grupo de mulheres no norte da África usando roupas tradicionais. Norte da África, 1930.

Cenas do Mundo na década de 30

     Visto com olhos de hoje, o mundo de 1930 serve de comparativo para a realidade atual. Os 80 anos que nos separam mostram bem a velocidade das transformações acontecidas. Em 1930, a Europa assistia à ascenção de líderes totalitários e estruturação do Nazismo, que culminaria na deflagração da Segunda Guerra Mundial. A Índia, uma das várias Colônias Britânicas,  liderada por Mahatma Gandhi, estruturava um movimento para sua independência, que aconteceria apenas em 1947. A China, invadida pelo Japão, enfrentava uma guerra civil. Os Estados Unidos amargavam a “Grande Depressão de 29″, mas Hollywood começava a conquistar o ocidente. Se alguns dos cenários expostos nas cenas abaixo são familiares, outros chocam, intrigam e nos fazem pensar na enorme distância que criamos em apenas 80 anos.

As descobertas dos anos 30

          Os anos 30 descobriram o esporte, a vida ao ar livre e os banhos de sol. Os mais abastados procuravam lugares à beira-mar para passar períodos de férias. Seguindo as exigências das atividades esportivas, os saiotes de praia diminuíram, as cavas aumentaram e os decotes chegaram até a cintura, assim como alguns modelos de vestidos de noite.
          A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada, o modelo de beleza da atriz Greta Garbo. Seu visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, foi também muito imitado pelas mulheres.
Aliás, o cinema foi o grande referencial de disseminação dos novos costumes. Hollywood, através de suas estrelas, como Marlene Dietrich, e de estilistas, como Edith Head e Gilbert Adrian, influenciaram milhares de pessoas.
          Alguns modelos novos de roupas surgiram com a popularização da prática de esportes, como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta.
Os movimentos totalitários começam a eclodir também em outros países europeus, com Mussolini na Itália, Salazar em Portugal, Francisco Franco na Espanha e Stálin na União Soviética, além de Hitler na Alemanha.
          No Brasil, ocorre a Revolução de 30, movimento que chega ao poder encabeçado pelo político gaúcho Getúlio Vargas. Em 1932 inicia a Revolução Constitucionalista, organizada pelo estado de São Paulo, que exige, entre outros pontos, a constitucionalização do novo regime. O movimento é derrotado, mas força a convocação da Assembleia Constituinte em 1933. Em 1934 seria promulgada a nova Constituição. Chega ao fim a política do café-com-leite e tem início o Estado Novo, em novembro de 1937. Ao longo do restante da década não seriam realizadas eleições no país (as eleições só voltariam com o fim do Estado Novo, em 1945).
         Na Etiópia era coroado como Imperador Ras Tafari, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e Leão de Judá, que agora adotara o Nome de Haile Selassie (Poder da Trindade). Cuja elevação à condição de imperador havia sido profetizada por Marcus Garvey e é até hoje tida como religião ou filosofia de vida. Fora Selassie quem pronunciara as palavras contidas na música War, de Bob Marley. Traduzido: "Até que a filosofia que sustenta uma raça superior e outra inferior, seja finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada haverá guerra, eu digo guerra. Até que não existam cidadãos de 1º e 2º classe de qualquer nação. Até que a cor da pele de um homem seja menos significante do que a cor dos seus olhos haverá guerra. Até que todos os direitos básicos sejam igualmente garantidos para todos, sem discriminação de raça, ate esse dia o sonho de paz duradoura, da cidadania mundial e as regras da moralidade internacional, permanecerão como ilusões fugares para serem perseguidas, mas nunca alcançadas…"

Década de 1930

A década de 1930, ou simplesmente década de 30 ou ainda anos 30, foi o período de tempo entre os anos 1930 e 1939. Foi uma das épocas mais sangrentas de toda a história mundial. Neste período, Hitler ascende ao cargo de chanceler na Alemanha e tem início o genocídio do que Hitler chamava de "raças inferiores", em especial os judeus. Tem início em 1939 a Segunda Guerra Mundial, que sucedeu à Guerra civil de Espanha (1936-1939). Nos Estados Unidos, Franklin Roosevelt dá início ao New Deal, o plano de recuperação econômica após a quebra da bolsa de Nova York, em 1929. Por isso, muitos que foram contemporâneos a esse período, a denominaram a pior década do século XX, já que começou com a Grande Depressão e terminou com a guerra.

domingo, 6 de março de 2011

Política década de 1930



 
A década de 30 iniciou-se com o País em clima
revolucionário. A queda da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, contaminou o
mundo, provocando a suspensão dos créditos internacionais no Brasil. O
principal produto de exportação, o café, perdeu seu maior mercado consumidor, o
norte-americano, levando o setor a uma crise sem precedentes.
Em meio à insatisfação que tomou conta da população, Getúlio
Vargas protagonizou o golpe que tirou o presidente Washington Luís do governo.
Apesar da crise, havia esperanças de que a cidadania seria ampliada e de que
haveria eleições livres e diretas. A presença feminina, cada vez mais marcante,
chegou às urnas. Em 1932, foi instituída uma nova legislação eleitoral e as
mulheres conquistaram o direito ao voto. A professora Ana Maria Amarante, juíza
do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, analisa essa difícil
conquista: "A mulher conquistou o direito ao voto, mas pouco pode
exercê-lo durante um período bastante longo.
Foi também no início da década de 30 que o voto passou a ser
secreto, após a criação do Tribunal Superior Eleitoral e dos Tribunais
Regionais Eleitorais. Mas esses avanços duraram pouco. No final de 1937, após o
golpe militar, Getúlio Vargas instituiu o Estado Novo, uma ditadura que se
prolongou até 1945. Durante oito anos, o brasileiro não foi às urnas uma única
vez. O Congresso foi fechado, e o período, marcado pelo centralismo político.
Depois da Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos aliados,
era grande a pressão pela volta à democracia, o que levou Vargas a permitir a
reorganização partidária e a convocar eleições.